
Se tem uma coisa que muita gente quer saber no início da advocacia, é como perder o medo de fazer audiência. E olha… ele é mais comum do que você imagina.
Eu já vi muito advogado travar na hora de fazer perguntas e muitos outros tendo um branco completo sobre tudo o que sabiam porque ficaram intimidados com o olhar do juiz, com o advogado “experiente” que estava sentado do outro lado.
Teve uma aluna que me disse: “Anne, minha perna tremia tanto que eu achei que iam ouvir o barulho da cadeira batendo.”
E sabe o que eu sempre respondo? Tá tudo bem sentir medo. Só sente medo quem reconhece a importância daquilo que faz, quem é responsável.
Pessoas irresponsáveis fazem errado e não se preocupam com isso. O que não dá é deixar esse medo te impedir de crescer.
E como a gente resolve o medo de fazer audiência? Com preparação e conhecimento prático. Não é com teoria, leitura de lei.
Confira o conteúdo a seguir, onde trago direcionamento prático para você perder o medo e fazer audiências com segurança e eficiência. Confira!
Por que a audiência trabalhista assusta tanto?
A audiência na Justiça do Trabalho é diferente mesmo. Ela tem uma linguagem própria, é dinâmica, rápida, e às vezes a gente sente que tudo acontece ao mesmo tempo.
E aí junta tudo:
- Falta de prática na faculdade
- Medo de errar na frente do juiz
- Insegurança com o cliente ali do lado, depositando todas as expectativas no seu trabalho;
- Colegas mais experientes na sala, e você se comparando a eles, achando que está fazendo tudo errado.
A verdade é: ninguém nasce pronto pra audiência.
Mas todo mundo pode se preparar. E é sobre isso que eu falo no próximo tópico.
Os três pilares para perder o medo de audiência
Você já percebeu como tem gente que entra numa audiência com segurança, enquanto outros travam só de pensar em estar diante de um juiz?
A diferença, na maioria das vezes, não é experiência ou “dom”. É estrutura.
Ao longo do tempo, percebi que os advogados que se sentem mais confiantes na audiência seguem, mesmo sem saber, uma espécie de fórmula. Eu, ao longo da minha experiência prática, estruturei essa fórmula de modo a deixá-la o mais completa possível.
Essa fórmula baseia em três pilares que eu chamo de Pirâmide dos Três P’s: preparação, previsibilidade e propriedade.
Esses três “P’s” ajudam a tirar o medo do campo da emoção e colocam você no controle da situação.
1. Preparação
Aqui é o início de tudo. A base.
Não tem como se sentir seguro sem conhecer o processo e o procedimento que você vai conduzir.
Isso inclui:
- ler o despacho inicial com atenção;
- saber os pedidos, conhecer as provas;
- entender quem são as partes, o que já aconteceu até aqui.
Parece óbvio, mas muita gente chega na audiência sem saber nem qual é o rito.
Quando você se prepara com profundidade, deixa de lado o improviso e assume o controle daquilo que está prestes a acontecer. E é isso que começa a tirar o medo do caminho.
2. Previsibilidade
Previsibilidade é quando você sabe o que te espera.
É entender o rito da audiência (se vai ser una, inicial, de instrução), saber quem fala primeiro, qual a ordem dos atos a ser seguida, o que você pode e o que não pode fazer, o que o juiz pode e não pode fazer, quais os requerimentos que você precisará fazer dentro da sala do juiz, quais os pontos controvertidos, de quem é o ônus da prova, quais perguntas serão feitas, e a quem… Você não entra na sala de audiência “no escuro”. Você entra com um mapa na mão.
Quando a gente tem clareza das etapas e do que precisa fazer, o cérebro relaxa, o medo diminui, e os erros também. Você para de esperar uma catástrofe e começa a agir com estratégia.
3. Propriedade
Propriedade é postura, é presença.
É saber como se portar, como pedir a palavra, como reagir, como manter a calma para conseguir imprimir na sua atuação tudo o que você sabe.
Ter propriedade não significa nunca estar diante do erro ou de situações adversas, de forma alguma.
Significa ter segurança para conduzir a situação mesmo quando algo sai do planejado. É saber se colocar com firmeza, com respeito, com profissionalismo.
E, quando você une esses três pilares – preparação, previsibilidade e propriedade – o medo ainda pode aparecer, mas ele deixa de ter o controle. Quem assume o controle agora é você.
Conhecimento prático é mais importante do que decorar a CLT
Aqui é o ponto de virada: A CLT tá distante da prática. E você, se me acompanha em outros canais, já me ouviu dizer isso várias vezes.
Há muitas regras da CLT que não se aplicam no dia a dia das audiências, e apenas o contato com a prática vai ensinar o que considerar e o que não considerar.
Da mesma forma, há “regra consuetudinárias”, práticas comuns que não estão escritas em lugar nenhum.
Estudar para concurso é diferente de se preparar para atuar. O advogado que atua precisa dominar a prática, e é isso que a faculdade não ensina. O meu curso sim.
O que o advogado precisa dominar para ganhar confiança em audiência
Confiança em audiência não aparece de uma hora pra outra. Ela é construída. E, diferente do que muita gente imagina, não vem só com o tempo de carteira da OAB ou com “acostumar” com a sala de audiência.
Ela vem do domínio – de saber, com clareza, o que se está fazendo ali.
Você só vai se sentir seguro(a) quando souber exatamente quais são as peças do jogo. E aqui vão as principais:
Entender o despacho inicial
É ali que começa a audiência. O despacho traz informações essenciais sobre o tipo de audiência designada, prazos, procedimentos adotados pela vara e, às vezes, até sobre documentos a serem apresentados.
Tem advogado que pula essa etapa da preparação achando que é mera “formalidade”. Não é.
Quem sabe interpretar um despacho já larga na frente: organiza melhor os prazos, orienta o cliente com mais clareza e, principalmente, chega preparado pro que vai acontecer.
Conhecer o rito processual e a ordem dos atos em cada tipo de audiência
Sumaríssimo, ordinário, sumário… você precisa saber com qual está lidando e o que isso muda o que esperar da audiência e como se preparar para ela. E muda bastante!
No rito sumaríssimo, por exemplo, o número de testemunhas é reduzido e há maior probabilidade de a audiência ser una.
No ordinário, é possível levar mais testemunhas e, embora não seja uma regra, geralmente há um desmembramento da audiência em, pelo menos, audiência inicial e de instrução.
Ainda mais importante é saber a ordem dos atos em cada tipo de audiência! Somente assim você não viverá a ansiedade de não saber o que vai vir depois.
Saber o rito e a ordem dos atos é entender o caminho que o procedimento da audiência vai seguir. E quem conhece o caminho, anda com mais segurança.
Saber preparar o cliente (e a testemunha)
Esse é um dos pontos mais negligenciados.
Muitos acham que basta dizer o horário e o endereço da audiência. Mas não é.
Você precisa orientar o cliente sobre o que pode ser perguntado, explicar o período que está sendo discutido no processo (que nem sempre é o contrato todo), e ajustar expectativas.
Com a testemunha, o cuidado precisa ser ainda maior: orientar sobre a importância da verdade, o horário, a função que ela exercia, e – principalmente – o que pode gerar impedimento ou suspeição.
Porque não adianta ter uma testemunha que viu tudo se ela for considerada suspeita e o depoimento virar apenas “informação”.
Dominar impedimento e suspeição de testemunhas
Quem entende as regras sobre quem pode ou não testemunhar já entra na sala de audiência sabendo o que observar e em que momento levantar a contradita.
Parentes próximos, amigos íntimos, colegas que foram testemunhas um do outro… Dominar esse tema evita surpresas e te coloca numa posição ativa: você sabe quando questionar a testemunha da parte contrária, e também protege a sua.
Ter postura diante do imprevisto
Nem tudo vai sair como planejado. Testemunha que falta, juiz que conduz a audiência de forma truncada, parte que muda o depoimento, advogado da outra parte que provoca… Isso tudo pode (e vai) acontecer.
O que faz diferença é saber como reagir com equilíbrio e estratégia. Ter firmeza para pedir a palavra, para insistir quando for necessário, para apontar nulidade se algo grave acontecer – sem perder o respeito, nem o controle da situação.
Dominar tudo isso não é sobre ser um “advogado perfeito”. É sobre saber, com clareza, o que fazer e por que fazer.
E é esse tipo de domínio que tira a insegurança da frente. Porque, no final das contas, audiência é menos sobre improviso e muito mais sobre preparo.
A importância de investir em formação prática
Sabe qual é o divisor de águas na advocacia trabalhista?
É quando você para de só estudar e começa a se preparar para vida real.
Se você chegou até aqui, já deu o primeiro passo mais importante: reconhecer que o medo da audiência não te define, ele só mostra que você se importa com o que faz. E quem se importa, se prepara.
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A advocacia trabalhista pode (e deve) ser mais leve, estratégica e segura. E você não precisa trilhar esse caminho sozinho(a).
Nos encontramos nos estudos e, em breve, na audiência.
Com carinho,
Anne.